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sábado, 5 de junho de 2010

O que resta do tempo é o riso.

Para entender o filme de Elia Suleiman,O que resta do tempo gostaria de fazer um teste de humor com o leitor

Um russo,um etíope e um URUGUAIO se encontraram em Tel Aviv e o russo diz ---lá na Rússia me chamavam de judeu idiota aqui em Israel me chamam de russo idiota ...Aí o Etíope diz ---Lá na Etiópia me chamavam de judeu sacana aqui me chamam de negão sacana Ai o Uruguaio diz--- pois a minha situação é pior ainda lá no Uruguai me chamavam de judeu babaca aqui me chamam de ARGENTINO babaca !!!!!

Israel é o pais das minorias.Além das diversas etnias que imigraram para lá,há diferenças ideológicas ,religiosas,políticas,futebolísticas e dentro disto grupos que se excluem mutuamente.A unidade do povo judeu se da paradoxalmente pela discriminação e perseguição.A criação de Israel se deu principalmente pelo HolocaustoE a existência do Estado de Israel se institui pelo conflito muito mais ideológico do que entre dois povos sofridos.O filme fala especificamente de árabes católicos de Nazaré e é esta a maneira que o diretor constrói a narração e a composição de imagens com intuito de mostrar os paradoxos desta Babel de línguas e costumes diferentes num grupo de minoria árabe não muçulmana,o humor através do desnho de tipos anedóticos
A linguagem basicamente é a da caricatura.A câmera está sempre parada acompanhando os personagens tanto cristãos como israelis se movimentado quase em câmera-lenta.São cenas longas que permitem acompanhar o absurdo dos fatos através de gags Há diversas cenas que lembram clássicos do cinema como “Messieur Hulot” na cena em que o professor pergunta a Elia quem falou de colonialismo ou imperialismo o este fica olhando para cima embasbacado sem entender nada.O personagem é uma espécie de Buster Keaton silencioso .Acompanha a historia sem dizer uma única palavra.Com certeza trata-se do alter-ego do autor que não consegue ver o sentido deste mundo daí o subtítulo da presença da ausência tão bem explicitada pelo sábio campineiro Ruben Alves.Há uma espécie de saudade perene de algo misterioso num território de panacas israelenses que não tem historia e desejam perpetuar seu território com uma língua nova que um artificialmente as diferenças mas também fascinados pela cultura inimiga.
Mas não é um filme árabe como o são os clássicos egípcios ou iranianos.É um filme europeu sincrético pensado em árabe ,hebraico,inglês e até filipino.
O cinema israelí apesar de muitas produções só tem como paradigma Amos Gitai que adquiriu uma linguagem que não é teatral nem heróica mas simplesmente um tempo cinematográfico que se traduz por seqüência de planos as vezes muito longos e aborrecidos.Poderíamos para exemplificar afirmar que tão somente Glauber Rocha consegui encontrar uma linguagem que se aproxima da alma brasileira infelizmente nunca igualado
Este filme de Suleiman é de um intelectual que usa as imagens factuais para que o espectador por si só como diante vivencier a atmosfera do riso como numa encenação de “clowns”
Para Suleiman as manifestações palestinas e as reações do exercito israelense são como um carnaval com dia marcado.Apesar do humor inteligente pode tocar as posições radicais de ambos os lados não preparados para uma experiência de alteridade e compaixão.
A imagem recorrente dos três amigos no bar e as pessoas passando com seu gestos encenados que refletem o tempo na relação entre a cultura árabe e israelí.
Cenas como as noites de pesca e a patrulha do exercito são absolutamente insólitas mas também representam metaforicamente algo que se espera como o peixe ,símbolo cristão da redenção .
A relação entre a musica e as imagens da televisão compondo com as janelas com a cidade ao fundo principalmente na cena final com os fogos de artifício é plasticamente comovente
A fotografia da arquitetura de Nazaré e o olhar nas cenas finais do hospital onde se percebe claramente o absurdo de tudo com os atores exibindo um jargão e um gestual de uma cultura que esta formando é o que resta no tempo ou seja a poética do sentido .,a presença da ausência.
Há momentos de difícil compreensão para o brasileiro quando no final o menino vem vender “ful medamas” ( uma espécie de fava) que faz parte da alimentação obrigatória do povo árabe e israelí e a empregada filipina num inglês estranhamente incomprensível diz par o policial dar-lhe um cigarro mostrando este novo persobagem da história contemporânea de Israel que são os imigarntes ,filipnos,tailandeses que estão substituindo a mão de obra palestina
Dizendo claramente tudo pode mudar mas como dois povos irmãos, como o gosto do “ful” a alma árabe e judaica permanecem...

3 comentários:

  1. Querido Izaak, que legal! Como adoro este universo! beijos saudade, Tânia.

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  2. Oi Papai.
    Fico muito contente que você tenha começado este blog.
    Sempre que precisar de ajuda pode contar comigo.
    Da filhinha que te ama
    Laninha

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  3. belissimo texto...
    Chega na análise de James Hilman quanto ao atravessar o rio em direção as ruas.
    Vou reler.
    MAC.

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