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sexta-feira, 25 de março de 2011

Um lugar qualquer que dá o verdadeiro sentido a um pai espetacular

Recentemente ganhei uma coleção de fotos onde apareço com minha filha Lana desde pequena até bem recentemente antes de viajar com seu companheiro para a Nova Zelândia
Quem me presenteou com certeza me conhece melhor do que eu e foi a responsável pelos melhores anos de minha vida.
São mais de cem fotos onde o olhar do fotografo soube captar o amor singular de um simples pai. Se somássemos os segundos da realidade e as quantas vezes que ví, re-ví cada uma das fotos necessitaríamos de um matemático para construir a formula da emoção. Hipoteticamente seria responder a seguinte questão :qual a diferença entre o existir singular e a representação deste momento?
Somewhere ,não é o apartamento dos anos doa anos 50 ,cenário em que vivi a minha adolescência, nem os hotéis de todos os lugares onde estive com minha filha adolescente sem lenço e documento.
Somewhere é quase uma autobiografia de Silvia Copola que filmou nos poucos minutos de glória ao lado de seu pai famoso através de uma linguagem minimalista. Ou seja em um segundo há uma estória para quem quer vê-la, senti-la, edita-la. São poucas imagens incompletas que encantam o espectador
È sem dúvida representada por Cleo a adolescente que olha seu pai com uma meiguice inocente.
Stephem Dorf é o pai famoso que possui todas as lindas mulheres mas que não completa seu circulo (0 circulo do sentido das coisas, o oroburo).
Há dois momentos verdadeiros...quando foge com a filha introduzindo-a no seu mundo e a doçura de um olhar inocente e amoroso e o outro em que chora diante do temor do abandono pela mãe.
Não pude deixar de comparar estes momentos com que vivi intensamente com minha vida particular e chorar.
Tive o privilegio de ser abandonado por uma mulher que me deixou a responsabilidade que poucos pais tem de cuidar da adolescência de sua filha mas só este conjunto de fotos é que me permitiu a consciência da importância deste momento.
Este filme é um presente aos pais.

HISTORIADORES,NOTÁRIOS E A CANTORA DA PRISÃO

Embora o autor da peça teatral na qual se inspira o filme tenha situado esta tragédia num pais imaginário é fácil concluir que o cenário é o Líbano protagonizado por Cristãos, mulçumanos e palestinos(traduzido erradamente por refugiados).O autor de uma maneira provocativa não cita os israelenses e o filme é falado em diversas línguas para acentuar a universalidade do tema.
A situação atual no oriente médio vem bem a calhar para entendermos um tempo onde as pessoas eram impedidas de pensar e sentir.
No Setembro Negro levante na Jordânia foram mortos 7.000 palestinos em apenas uma semana por um exercito composto basicamente por beduínos.Nos acampamentos de Sabra e Chatila no Libano durante a invasão israeli foram mortos por milícias cristãs três mil palestinso num só dia!!Nos dois atribuiu-se a Israel a responsabilidades pelas duas carnificinas. Curiosamente até hoje companheiros nossos do vêm repetindo esta mentira sem conhecer de fato o que realmente aconteceu no Líbano.Talvez seja essa a oportunidade de entender (ou não) a barbaridade de que somos capazes e cumplices ....
O autor mostra que dentro deste quadro de ódio entre irmãos ,com culturas e tradições similares é possível sobreviver o amor materno nem que seja produto do estupro .
É muito mais fácil atribuir e culpar como é o caso dos ditadores do ,Yemen e Libia.Tunisia,Arabia Saudita,Bahrein. Nem seu próprio povo (informado pela internet e pelo celular) acredita em suas palavras e é o sentimento de serem vitimas centenárias da violência irracional somado ainda a capacidade de sentir e amar que os move.
O filme ,feito por canadenses, através de olhar congelante no encontro de seu torturador (e filho) numa piscina ensolarada mostra como uma tragédia grega sincronicamente o encontro de quatro personagens (ela e os três filhos) e o desejo de transcender a profunda dor.
O autor sutilmente coloca uma expressão que não pode passar desapercebida quando um dos personagens fala na prisão :o medico despareceu ---não por causa da dor física mas pela dor psicológica, moral e ética que só a “cantora da prisão “(louca por cantar mas na verdade diante dor como única maneira de sobreviver como o fizeram as “madres de mayo na Argentina).
O escritor ,poeta, musico conta (e canta) a realidade diferente de um Notário (lebel em hebraico quer dizer coração de Deus).O tabelião trata de documentos,cifras,sem absolutamente procurar a verdade e muito menos sentir (sem enlouquecer).Mas é também alguém com o coração divino que pode expressar este amor misericordioso .
Quando vemos na televisão um rebeldo líbio gritando:NÒS QUEREMOS ,TÃO SOMENTE ,VIVER !!!! e a nossa absoluta impotência diante daqueles que fogem da violência em suas fronteiras com a Tunisia e Egito o mínimo é pensarmos na importância política do cinema.
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