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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O PILAR E O ELEFANTE

O pilar e o elefante
Conta uma lenda que 5 cegos se encontraram com um elefante.Cada um tateando-o o descreveu de uma maneira.O primeiro disse –este animal é comprido como uma cobra.O segundo disse –é grande como uma montanha o outro disse –seus pés são imensas toras ,o terceiro diz_êle tem asas gigantes ,o qurto possui chifres pontudos,o quinto diz sua pele é tão grossa como a madeira e assim por diante...Todos o descreveram segundo uma parte doa animal mas não tinham noção do todo
O todo desta película só pode ser entendido pela última frase de Saramago onde no caos há uma ordem que pode se tornar visível.Este filme não é somente um documentário sobre a vida de Saramago.Tampouco sobre sua companheira Pilar ele se torna visível a partir de cada espectador
Com certeza aqueles que o realizaram não tinham a mínima idéia do que seria a obra e o significado deste ELEFANTE (não “a viajem do elefante” último obra de Saramago que se refere ao elefante Salomão, que no século XVI cruzou metade da Europa, de Lisboa a Viena, por extravagâncias de um rei e um arquiduque. Dom João III, rei de Portugal e Algarves, casado com dona Catarina d’Áustria, que o havia presenteado ao arquiduque austríaco Maximiliano II, genro do imperador Carlos V) O Elefante é o peso da celebridade e só uma mulher com a resistência de sua companheira pode sustentá-lo como um pilar.
Este filme realizado por tantos e mais inúmeros atores espontâneos em cenários tão diversos como Lanzarote ou Helsinque.
Saramago conheceu Pilar quando começou a se dedicar a escrita e acompanhou a “elefantíase” de um sucesso que Saramago não suportaria sozinho.
Pilar organiza aquilo que parece superficial e duro para o doce Saramago a ponto de quase destrui-lo
Saramago é um homem de muitas letras e poucas palavras.Poucas mas de tal maneira poéticas que seu próprio silencio transforma em sentido situações prosaicas.
Pilar fala muito e como espanhola e mulher expõe suas idéias e sentimentos tão entusiasticamente que as vezes é difícil compreende-la.
Este filme deve muito à paciência dos dois.As palavras recorrentes de Saramago referentes a Montanha Branca em Lazarote podem ser entendidas só no fim quando há espaço para o reconhecimento de que num só momento tiveram uma diferença.Quando o escritor deseja e consegue subir até o topo da montanha e Pilar não o contem revelando neste momento não ser dona de vontades simples de seu amado mestre.Esta cena filmada numa precária câmera é que amarra e dá sentido a obra final .A realidade é precária ,turva e só a editoração do filme pode nos dar um sentido para esta relação de amor com o mundo
Os pés do elefante como fala a obra literária transformado em vasos que poderiam conter objetos inúteis como bengalas e guarda-chuvas é o único pesar do autor;não ter a vida ,o tempo necessário para escrever,ter cortado uma de suas partes.
A dúvida no fim de um materialista ateu se resume tão somente em observar os ossos do pé do elefante num museu.Esta é uma de suas poucas dúvidas.