Vencere,uma versão teatral futurista de um fenômeno psicótico
Há duas cenas no filme que poderíamos dizer que estão próximas da verdade.
As palavras do psiquiatra dizendo que somos todos atores e que o fascismo também passará e a outra é a cena quando a criança chora quando é separada de Charles Chaplin .O resto é puro teatro filmado
Um dos maiores fenômenos na historia da arte foi o Futurismo na Itália fascista .Nomes como o escritor Marinnetti, o arquiteto Sant’Ellia e pintores que se utilizavam da colagem e do grafismo para expressar a dramaticidade do momento.
O filme é uma colagem de cenas onde jorram lágrimas por todos os lados.O uso de documentários e dos recursos de filmagem da filmagem na verdade querem contar uma estória arquetípica recorrente na cultura pagã latina.O romance é o filho produto da relação com o pai,o deus ,o Duce condutor e salvador do povo italiano
Não é um filme histórico é mais estorico e anedótico como escreveu Guimarães Rosa em Aletria e Hermenêutica.Nesta pasta,macarrão embaralhado há um humor trágico que exige uma interpretação mais acurada do que o que pretensamente se sabe sobre o fascismo ( do nazismo ,estalismo,etc).
O arquétipo da Virgem Maria ,do complexo de Édipo só poderia ter como palco um Sanatório (as vezes é difícil saber quem é louco como no clássico “Este mundo é dos loucos” de Philippe de Brocca, onde é difícil saber quem está dentro ou fora do sanatório)O italiano é ambíguo na sua relação a igreja (a mãe) e o poder(o pai) alternando a a dramaticidade operística (as tragédias são cantadas o que as torna num tempo diferente como o cinema..) com o alegorismo kitsch das manifestações políticas (como os autos de fé da inquisição)
O filho não é “pai”, é uma caricatura do pai.Esse é um dos momentos fundamentais do filme onde o filho imita Mussolinni,sua figura hiperealista é muito mais próxima daquilo que fica do Mussolinni “real”.
A mãe (linda como Romy Scneider) é um personagem piegas que esta vivendo a loucura da paixão ,a pior das doenças mentais e a sexualidade o pior dos pecados .
O diretor utiliza-se de um recurso metonímico ao cortar as cenas com fotos de doentes mentais e metafóricos ao repetir as cenas onde a personagem passa por grutas escuras observando como num sonho as imagens que compõe o seu mundo real e mental.
Cenas teatrais como os cegos marchando à frete de dois religiosos e a afirmação de Mussolini :-quando observo esta cena me dá vontade de lavar as mãos...(ou seja esquecer o passado)
A cena no hospital onde na cúpula se projeta um filme lembra com uma freira lagrimejante e um Cristo aterrorizante lembrando a capela Cistina de Michelangelo é fantásticamente alucinógena
Outra cena teatral é quando as doentes do sanatório escalam os portais .
O filme termina mostrando a superficialidade de cenas recorrentes em filmes onde sempre há uma alma boa como a freira que chora e que empresta suas veste para que a personagem possa fugir e reencontrar-se com os fantasmas da sua historia e a falsidade de que o bem vence o mal e que as pessoas realmente boas estão atrás das janelas do carro e passam como imagens de um filme.
sábado, 20 de novembro de 2010
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