Não há palavra mais agradável com tantos sinônimos no jargão francês como “Chouette dita num certo momento por Nicolas.Vejamos:legal,lindo ,simpático,forte,querido,amável,bonito..Cada qual na sua característica tem seu valor dentro de um espírito de amizade legitima.Somos diferentes mas cada um tem seu valor,sua característica reconhecida pelo grupo
“Chouettes”
Assim são todos os personagens deste filme que nos lembram os clássicos de Jacques Tatit de Yves Robert “A guerra dos Botões” o maravilhoso “Balon Rouge” e porque não o insólitos de François Truffot (Jules et Jim,O quarto verde)
Ao contrário de outros filmes onde há sempre há maus e bons,vencedores e vencidos aqui há personagens belos na sua própria contradição.Nada como o humor para mostrar esta insólita maneira de ser.
E não são só os garotos mas as professoras,o bedel,o diretor e o ministro da cultura ,a mãe,o pai,o patrão ,a mulher do patrão o mordomo de um dos meninos,os vizinhos
Mas atrás desta comédia há uma complexidade arquetípica muito séria que exige a compreensão de todos .Qual é o significado da ameaça que um novo irmãozinho ?
Este bebê na psique infantil corresponde a perda do privilegio do amor .
No plano da imaginação infantil este monstro se confunde com a criatividade ingênua do grupo.
Os personagens são todos respeitosamente tolerantes nas suas diferenças e isso que fascina o espectador acostumados com o maniqueísmo usual da novela e do cinema policial ou de aventura.
A cena em que passam pelo teste psicológico de Rosharsh é a lição (ingênua e anedótica) de que cada um projeta nas manchas aquilo que é ou que sente.
A cena com o Ministro da Cultura é “Chouette” porque o próprio é um personagem completamente inesperado fazendo joguinhos de palavras para que os pobres meninos instados a não rir pudessem relaxar e quando pergunta ao pobre aluno que nunca sabe nada qual é o rio que corta Paris o menino responde (com imagens mostrando-o correndo em aparelhos e chegando a Paris diante de uma placa escrito Sena) e a classe inteira o aplaude numa alegria contagiante de reconhecimento pela vitoria do mesmo.
A maneira como o diretor trabalha as cenas como se fossem parte de uma historia em quadrinhos ,sobrepostas.Algumas vezes há uma clara referencia a Asterix.
A cor da película lembra os filmes dos anos sessenta assim, como a arquitetura com seus tons azul-claro e vermelho.
Assim são as imagens de uma cidade onde ainda há cantos e pequenos jardins a frente
das casa.Colégios austeros e terrenos baldios já com a ameaça da especulação imobiliária dos anos sessenta.
E o mais importante e que serve de referencia para a reflexão de todos nós o que a professora escreve no começo do filme”
O que vocês serão quando crescerem ?
Uns serão ministros para comerem mais,outros policiais,outros ciclistas,outros bandidos...
O nosso “petit Nicolas” após todas as aventuras conclui:
---Já sei o que serei, HUMORISTA !!!!!!!!
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quarta-feira, 21 de julho de 2010
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